Um fato para reflexão: dos muitos casos de canibalismo documentados ao longo da história, poucos se referem a mulheres. Um dos mais recentes e impressionantes é o de Anna Zimmerman. Esta mãe alemã de dois filhos matou, desmembrou, congelou e comeu o namorado em família, talvez imitando o louva-a-deus que, após o acasalamento, devora o macho. Além destes casos claramente criminais cujas motivações de natureza agressiva, sexual e até ritual denotam um desejo de mostrar poder sobre a vítima, encontramos um tipo de canibalismo mais do que justificável para muitos: a sobrevivência. Na memória de todos está o caso dos uruguaios que permaneceram quase dois meses e meio nos Andes depois que o avião em que viajavam caiu nesta cordilheira, história mais uma vez levada ao cinema. Opiniões para todos os gostos. A necrofilia é um tipo de parafiliae é amplamente definido como ter relações sexuais com cadáveres. Agora, quando não há intenção de assassinar para obter um cadáver para satisfazer fantasias sexuais desviantes, falamos de pseudonecrofilia. Uma extensão adicional da necrofilia pode ser vista no canibalismo, que se situa no continuum da necrofilia e do sadismo. O consumo da vítima é a confirmação definitiva da negação do agressor da ameaça percebida a um relacionamento humano. Dessa forma, a ingestão de sangue, órgãos e/ou outras partes das vítimas, bem como as intrusões sexuais, sejam elas relações sexuais ou sodomia, são atos que indicam tal fusão simbiótica. No canibalismo há uma importância simbólica ao ato com finalidade psicológica, uma forma de lembrar tanto o assassinato quanto a vítima.